A luta das mulheres por igualdade de oportunidades profissionais e remuneração, contra o assédio e as distintas manifestações de discriminação por gênero é continua e data de longo tempo. Na área da saúde não é diferente, e em especial no campo da Neurocirurgia. Refletir e debater este tema foi o principal objetivo do jantar científico “Mulheres na Neurocirurgia: protagonismo que transforma”, promovido pela Medicicor e Medtronic, no dia 27 de outubro, às 19h30min, no salão de eventos do restaurante Nez Bistrô, em Recife, e que teve como palestrantes a neurocirurgiã Amanda Lopez e a mentora em desenvolvimento profissional Marielly Andrade.
Segundo a chefe da Neurocirurgia Pediátrica do Hospital Esperança, (Olinda-PE), Amanda Lopez, a ideia foi debater as situações de desigualdade, a exemplo da insatisfação na baixa participação feminina em diversas mesas de congressos, que geralmente em sua maioria são compostas somente por homens, quando as médicas já são quase metade do corpo da Medicina.
“Alterar essa situação e outras similares é um grande desafio que exige uma longa caminhada, mas estamos avançando na busca de equidade de gênero. Temos diferenças em relação a cargos de liderança, mesas em congressos e aulas, residência, bem como em comissões organizadoras de eventos. Isso tem que ser combatido. Igualdade entre os gêneros tem de ser prevalente. Hoje, se observarmos os cargos de direção em associações médicas e outras entidades associativas, é notória a pouca representatividade feminina. Os postos de chefia, de professor, ou de prática clínica não condizem ao número de graduadas e/ou das ainda em formação”, salientou a neurocirurgiã.
Amanda Lopes integra a comissão de neurocirurgiãs do Departamento de Mulheres da Associação Brasileira da categoria. A especialista reflete que mesmo representando 7% do universo de profissionais da área “é marcante a diferença de oportunidades quando o quesito é liderança, pois ficamos bem abaixo do esperado. Eventos como este é um espaço de discussão para mudar essa realidade. Como podemos alcançar oportunidades iguais? Precisamos trabalhar o preconceito estrutural, melhorar a performance feminina. É difícil desenvolver diversos papeis, sem a ajuda de uma rede de apoio, trabalhar a gestão do tempo, a autoimagem, ser uma profissional ativa no ambiente de trabalho e uma gestora também”, pontuou a médica.
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