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Aula discute denervação simpática renal como alternativa para tratamento da hipertensão arterial resistente

No último dia 3 de outubro, o cardiologista João Vicente da Silveira, renomado especialista de São Paulo, ministrou a aula “Denervação Simpática Renal para Hipertensão Resistente”, no Centro de Pesquisas Clínicas Doutor Marco Mota, em Alagoas. O evento, realizado às 19h, foi patrocinado pela Elevemed, empresa que representa o cateter Multi-Eletrodos Simplicity Spyral, tecnologia que oferece um procedimento de denervação renal aprimorado por meio de ablações consistentes e simultâneas, elevando a eficiência do tratamento. O evento reuniu profissionais da área médica para discutir essa abordagem inovadora no tratamento de pacientes com hipertensão arterial resistente.


João Vicente da Silveira é Mestre e Doutor em Medicina pela Universidade Nove de Julho e atua como cardiologista assistente na Unidade de Hipertensão do Instituto do Coração (InCor), Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Ele também trabalha como médico intensivista na UTI do Instituto de Psiquiatria do HC FMUSP, sendo uma referência no tratamento de hipertensão.


Epidemia de hipertensão arterial

Durante sua exposição, o cardiologista   trouxe à tona a gravidade da hipertensão no cenário mundial, destacando que mais de 1,2 bilhão de pessoas no mundo sofrem da condição, que afeta 35% da população global. No Brasil, a prevalência de hipertensão chega a alarmantes 51%, sendo que, segundo ele, apenas 40% dos hipertensos estão em tratamento e apenas 10% têm a pressão efetivamente controlada. “Infelizmente, 41% dos pacientes não aderem ao tratamento como deveriam, o que agrava o problema”, enfatizou o especialista.


A falta de controle da pressão arterial, segundo Dr. João |Vicente, é um fator de risco para complicações graves, como doenças cardiovasculares, infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVCs). A evolução dos tratamentos, que começou com os diuréticos na década de 1940 e continuou com inibidores da enzima de conversão da angiotensina e bloqueadores dos receptores de angiotensina, teve um grande avanço com a introdução de uma nova técnica em 2009: a denervação simpática renal.


Denervação simpática renal: nova esperança

A denervação renal é uma abordagem promissora para o tratamento da hipertensão arterial resistente, que se caracteriza pela necessidade de o paciente tomar mais de três classes de medicamentos anti-hipertensivos, incluindo diuréticos, sem alcançar o controle adequado da pressão. Esse procedimento, segundo o palestrante, teve sua primeira fase de aplicação em 2009, mas enfrentou desafios e foi interrompido em 2010. No entanto, em 2024, os resultados têm sido mais animadores.

 

O método consiste em um procedimento minimamente invasivo, realizado através da artéria femoral, onde se utiliza radiofrequência para realizar a ablação dos nervos das artérias renais. Essa intervenção interrompe a comunicação entre os nervos e o sistema nervoso central, reduzindo a liberação de noradrenalina e promovendo a vasodilatação, o que resulta na diminuição da pressão arterial.


“O procedimento provoca uma necrose dos nervos que se ligam ao coração e ao sistema nervoso central, semelhante a uma 'queima' controlada, seguida de fibrose. Isso impede a comunicação entre os sistemas e reduz a pressão arterial de forma significativa”, explicou o cardiologista.


Desafios e benefícios

Antes de submeter o paciente ao procedimento, o Dr. João Vicente ressaltou a importância de excluir a pseudorresistência, que pode ser causada pela falta de aderência ao tratamento, técnicas inadequadas de aferição da pressão ou até mesmo a chamada "hipertensão do jaleco branco" — quando a pressão arterial se eleva em ambientes clínicos devido à ansiedade. Para garantir o diagnóstico correto de hipertensão resistente, o médico destacou a necessidade de realizar um monitoramento ambulatorial ou residencial da pressão arterial.

Com o renascimento da denervação simpática renal, o cardiologista afirmou que essa técnica oferece uma nova esperança para pacientes que não respondem bem ao tratamento medicamentoso convencional. Ele reforçou que, apesar de ser um procedimento invasivo, os benefícios em termos de controle da hipertensão e melhora na qualidade de vida dos pacientes são significativos.


A aula, patrocinada pela Elevemed, proporcionou uma discussão aprofundada sobre os avanços no tratamento da hipertensão resistente, destacando a importância de novas tecnologias para melhorar os resultados clínicos em pacientes que sofrem com essa condição crônica e de difícil controle.

 

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